Sobre Gênios e Loucos
Sempre se falou que muitos artistas não eram muito bons da cabeça. Van Gogh, Picasso Edgar Allan Poe entre outros gênios eram considerados loucos. Mas segundo Ulrich Kraft, médico e jornalista científico, evidências científicas apontam que criatividade e doença mental andam de fato muito próximas. Platão mostrara acreditar em uma espécie de "loucura divina" como base fundamental de toda criatividade.
Uma lista interminável de artistas célebres, parte deles portadores de graves transtornos psíquicos, parece confirmar o ponto de vista do filósofo grego. Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Lord Byron, Liev Tolstói, Serguei Rachmaninov, Piotr Ilitch Tchaikóvski, Robert Schumann - o célebre poder criativo de todos eles caminhava lado a lado com uma instabilidade psíquica claramente dotada de traços patológicos. Variações extremas de humor, manias, fixações, dependência de álcool ou drogas ainda hoje atormentam a vida de muitas mentes criativas
No início do século XX, a busca pelas raízes da genialidade era um dos temas mais palpitantes da investigação psicológica. Cientistas tinham poucas dúvidas de que certos males psíquicos davam asas à imaginação. "Quando um intelecto superior se une a um temperamento psicótico, criam-se as melhores condições para o surgimento daquele tipo de genialidade efetiva que entra para os livros de história", afirmava o filósofo e psicólogo americano William James (1842-1910). Pessoas assim perseguiriam obsessivamente suas idéias e seus pensamentos e isso as distinguiria de todas as outras.
Sigmund Freud também se interessou pelo assunto. Analisou vida e obra de artistas e escritores famosos, buscando pistas de transtornos mentais. Mas foi somente a partir dos anos 70 que Nancy Andreasen, psiquiatra da Universidade de Iowa, começou a investigar de forma sistemática a suposta ligação entre genialidade e loucura. Participaram de sua experiência 30 escritores cujo talento criativo havia sido posto à prova na renomada oficina de autores da universidade.
Revista Mente e Cérebro – Edição 143 – dezembro 2004
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