O Malleus Maleficarum, ou Malho (martelo) das Bruxas foi escrito em 1486 por H. Kramer e Jacob Sprenger, ambos membros da Ordem Dominicana e Inquisidores da Igreja Católica.
A obra acabou sendo sancionada como um instrumento de inquisitório contra bruxarias e heresias, através de uma bula papal promulgada pelo Papa Inocêncio VIII.
Foi através desta histórica bula papal, que a igreja reconheceu a existência das bruxas e da bruxaria, bem como concedeu autorização para que os praticantes de bruxaria fossem perseguidos e eliminados. E assim inaugurou-se a sangrenta caça ás bruxas que durou séculos e foi responsável por um autêntico genocídio de mulheres e homens em todas a Europa, chegando mesmo a afetar os inícios da história norte-americana.
O Malleus Maleficarum disserta sobre os três elementos fundamentais á concretização da bruxaria, sendo eles:
I - A existência de uma bruxa;
II
III - A permissão de Deus para que tais atos possam ocorrer.
O Malleus Maleficarum, é por isso um tratado sobre bruxaria, (identificando o fenómeno, assim como dissertando sobre os meios de o reprimir), que se encontra dividido em três secções, sendo estas:

Secção II -
A segunda seção, descreve as formas de bruxaria que existem, assim como os remédios existentes para a combater.
Nesta seção do Malleus Maleficarum, os autores debruçam-se sobre a prática da bruxaria através da análise de casos concretos. Nesta secção dão analisados os poderes sobrenaturais das bruxas, assim como as técnicas de recrutamento de novas bruxas. Segundo esta secção, não é o Diabo que recruta directamente as suas servas neste mundo, mas antes são as bruxas que desempenham essa tarefa pelo Diabo, ou ao serviço do demónio. Esse recrutamento ocorre basicamente de 2 maneiras: fazendo ocorrer algo de mal na vida de uma mulher inocente, que se vê levada a consultar uma bruxa caindo nas teias desta, através das delícias do sexo ou pelo fascínio dos segredos obscuros. Ou introduzir belas mulheres ou demônios na forma de belos homens, para dessa forma envovê-la nas tentações carnais rumo ao caminho das trevas. Esta seção também revela como é que as bruxas lançam feitiços e encantamentos, assim como os remédios que podem proteger contra tais fenômenos mágicos. Secção III -
A terceira seção destina-se a auxiliar os juízes inquisitórios na sua tarefa de identificar bruxas e combater o fenómeno da bruxaria.
Esta seção III é a parte jurídica do tratado, ou seja:
descreve como identificar e acusar uma bruxa. Os argumentos acusatórios são claramente expostos como um guia pratico para consulta dos magistrados da Santa Inquisição, facultando passo a passo um manual instrutório que diz como se realizar um processo de julgamento de uma bruxa, desde o momento da recolha de provas para fins da acusação formal sobre bruxaria, aos métodos de interrogatório da bruxa e testemunhas, ate à formulação da acusação e consequente julgamento.