Por @LoucaDeMente
...
E como fazer para esquecê-la...
somente esquecendo tudo que me lembra você,
ou seja, os sentimentos antigos
sentimento amigo,
e o amor que escorre perdido.
Como fazer para esquecê-la...
somente me tornando rude e frio,
pisando nas coisas boas que ainda me restam,
tapando os ouvidos, calando assim os carinhos que cessam.
Como fazer para esquecê-la...
somente amordaçando os lábios que te desejam,
algemando mãos que te suplicam amor,
acorrentando passos que te perseguem no riso ou na dor.
Como fazer para esquecê-la...
somente esquecendo tua existência,
somente encontrando a amnésia perdida
somente sangrando minha própria vida.
somente esquecendo tudo que me lembra você,
ou seja, os sentimentos antigos
sentimento amigo,
e o amor que escorre perdido.
Como fazer para esquecê-la...
somente me tornando rude e frio,
pisando nas coisas boas que ainda me restam,
tapando os ouvidos, calando assim os carinhos que cessam.
Como fazer para esquecê-la...
somente amordaçando os lábios que te desejam,
algemando mãos que te suplicam amor,
acorrentando passos que te perseguem no riso ou na dor.
Como fazer para esquecê-la...
somente esquecendo tua existência,
somente encontrando a amnésia perdida
somente sangrando minha própria vida.
(Herzer )
Nossa isso não é lindo!!!
Nossa isso não é lindo!!!
É assim que me sentia ali sentada no meu banco preferido, no que chamo “praça”.
Respirei fundo e relaxadamente tentei organizar minha mente concomitantemente, admirando todo aquele verde... Como são lindas aquelas árvores! Meu olhar mirava o alto, a copa das árvores; e como um mico sapeca saltava de galho em galho...
Assim, com os olhos brincando, sem perceber, em alguns minutos apenas... e após um profundo suspiro, vi-me melhor... O calor havia passado... O cansaço amenizado... E já me sentia, realmente, melhor...
Engraçado... Meu corpo suspirou... Sabe aquele suspiro de alívio que inconscientemente se produz? Foi aquele suspiro natural que fez com que eu percebesse a melhora... não é estranho?
Mas, depois daquele suspiro e daquela conscientização tantos pensamentos se formaram... Tive um turbilhão de ideias e queria escrever todas... Algumas remetiam-me a algum filósofo, amigo ou citação anotada que eu ansiava rever... E ali mirando o verde... Sentindo aquele ar vespertino, lembrei o 'outro'...; pois é!!! Em meio ao alívio e aquele turbilhão de ideias e vontade de escrever, eis que o retrato dele aparecia em flashs da memória...
Mas, agora o retrato dele, diferentemente da lembrança doce que me acompanhava, não esboça mais um sorriso... Os olhos estão sem brilho... E as sobrancelhas estão franzidas... Caracterizando um olhar... Uma expressão de desassossego...
Mulheres!!! Eternas meninas românticas... Imaginem! Tenho a pretensão de um dia entender a natureza humana e, em meio a reflexões, tenho flashs de saudade... Mas, tudo bem... Afinal, também eu sou objeto de minhas teses...
Mulheres!!! Eternas meninas românticas... Imaginem! Tenho a pretensão de um dia entender a natureza humana e, em meio a reflexões, tenho flashs de saudade... Mas, tudo bem... Afinal, também eu sou objeto de minhas teses...
E vamos combinar... não vou mentir para mim mesma... E não necessito, neste momento, mentir para ninguém...
Está doendo!!! E o que dói é a alma... Mas, calma... Não vou lamentar... quero aproveitar essa dor... Amanhã... Amanhã posso até fingir que ela não existe... Mas, se fingir... fingirei para os outros... Para mim me interessa vivê-la, pois ela faz parte do resultado do que chamo: “Minhas interpretações do mundo e da vida”... Ela é causada por minhas necessidades e/ou desejos e, se não de minhas escolhas ao menos de meus apetites...
A pergunta é: “Quem se apaixona? O corpo ou a alma? Ou será que são ambos simultaneamente?...
Não consigo conceber a minha morte antes de alcançar certas respostas... (Mas, afinal quem sou eu para dizer a Sra. Morte – ou será Srta. – o que deve ou não fazer, e em que instante? de qualquer forma... Com pretensão filosófica vou saboreando a busca...)
E, eu ali sentindo aquela ausência – que não conseguia sequer decifrar. Afinal? Era a ausência dele ou a ausência do que ali – nele – tentei encontrar? Sim... Sentada ali, tentando, na dor, não perder as ideias que haviam brotado e já começavam a esvanecer... E......Escureceu! As luzes foram acesas... o verde era, então, quase preto... Mas, ainda era tão belo... Algumas lâmpadas estavam encobertas pela folhagem e pareciam pequenos sóis... E alguns insetos faziam alvoroço ao redor deles...
Pausa para um esclarecimento... Aos amigos quero dizer que não estou deprimida... ou será que estou? Penso que não! Mas não estou com vontade de definir depressão agora... De qualquer forma quero dizer que não vou entregar-me a dor... pretendo respeitá-la e ....
Bem, cuidarei dela – da dor –, como quem cuida de uma criança carente... enxugarei suas lágrimas... e a convidarei para programas legais... mostrarei a ela quanta coisa a vida tem de bom..., inclusive os sóis entre as árvores, e, quem sabe um dia, ela veja o Sol... Vou dar-lhe muitas guloseimas... muitos doces... chocolates... e assim, assim ao menos ela será menos amarga... Mostrarei a ela quantos amigos ela tem... (afinal o que seria dos masoquistas sem ela...). Mas, talvez... ainda assim, quem sabe revoltada, a dor se pronuncie como qualquer criança teimosa e esbraveje: “eu não pedi pra nascer!” Mesmo diante de sua rebeldia não vou desistir... mesmo porque eu acredito que ambas estão certas... Portanto, ambas – criança e dor – são responsabilidade de quem as criou/cria...
Essa dor é minha! Conheço-a como ninguém... É de – e em – mim que ela nasceu! Pois, então, farei dela a dor mais feliz que alguém já produziu...
Acham isso impossível? Creiam, eu farei!!!
E minha dor-feliz saberá e gostará de ser útil... Através dela procurarei a melhor teoria para explicá-la e um dia... Um dia quem sabe, faremos uma grande festa...(eu, você e muitos amigos)... Na qual todas serão dores-felizes... Talvez, nesse dia, se faça necessário, então, uma espécie de batismo... Momento em que numa nova roupagem e numa nova fase essa dor, para não trazer em si um paradoxo, em vez de dor-feliz, ,exigirá, também, um novo nome... – assim como Odisseu, por exemplo, que após ser amarrado ao mastro do navio e ter ouvido e sobrevivido ao canto da Sereia passara, então, a adotar o nome de Ulisses...
E minha dor-feliz saberá e gostará de ser útil... Através dela procurarei a melhor teoria para explicá-la e um dia... Um dia quem sabe, faremos uma grande festa...(eu, você e muitos amigos)... Na qual todas serão dores-felizes... Talvez, nesse dia, se faça necessário, então, uma espécie de batismo... Momento em que numa nova roupagem e numa nova fase essa dor, para não trazer em si um paradoxo, em vez de dor-feliz, ,exigirá, também, um novo nome... – assim como Odisseu, por exemplo, que após ser amarrado ao mastro do navio e ter ouvido e sobrevivido ao canto da Sereia passara, então, a adotar o nome de Ulisses...
(Sei que viajei de novo... mas gosto de me conhecer sentindo... assim como gosto de sentir me conhecendo...)
E foi assim... sentada ali... que tive muitas ideias, alguns fragmentos delas tive tempo de anotar, na esperança de qualquer dia poder desenvolvê-los... Mas... Sentada ali... Pude, sobretudo, dedicar a mim mesma, alguns minutos, e nestes poucos minutos pude confortavelmente confortar minha dor...
E foi assim... sentada ali... que tive muitas ideias, alguns fragmentos delas tive tempo de anotar, na esperança de qualquer dia poder desenvolvê-los... Mas... Sentada ali... Pude, sobretudo, dedicar a mim mesma, alguns minutos, e nestes poucos minutos pude confortavelmente confortar minha dor...
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Bom dia Kel
ResponderExcluirO bom de poder dormir tarde é ter a satisfação de ser a primeira a ler e a comentar os teus belos pensamentos poéticos.
Kel, cada vez mais encanto-me com teus devaneios. Este especialmente está
D I V I N O.
"Essa dor é minha! Conheço-a como ninguém... É de – e em – mim que ela nasceu! Pois, então, farei dela a dor mais feliz que alguém já produziu".
Sem palavras pra descrever este infinito universo que existe em você.... Apenas em uma palavra te digo: AMEI.
Bjusss mais-que-felizes por ler estas preciosidades poéticas
Sil
Lindos desabafos de alma...E o bom é saber que ainda que doa, não vai se entregar à dos...Iso é bom...beijos,lindo domingo e semana,chica
ResponderExcluirAh, minha querida Kel...
ResponderExcluirPosso ser um pouco repetitiva ao comentar seus textos, dizendo que eles me traduzem e confortam o mais dolorido em mim... Mas saiba que continuarei dizendo isso sempre, porque é a pura verdade!
Como é difícil esquecer o que fica tão marcante na memória... Como é impossível deixar para trás aquilo que parece ser o centro de nossas vidas, não é mesmo?
Confesso que, quando estava lendo Herzer, lá em cima, quase confundi as letras com as suas... Bela e profunda escolha!
Que bom que você percebe a dor e pode acolhê-la, querida... Faça quantas pausas precisar... Retome o sentido da vida a cada segundo!
Estou com você!!
Um beijo gigante e, mais uma vez, parabéns pela linda obra!
E que devaneios!!!! Eu me senti lendo um monólogo e ao mesmo tempo um diálogo entre um ser humano e seus sentimentos (que respondem). Maravilha de texto!
ResponderExcluirBjs.