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terça-feira, 21 de junho de 2011

Oculto entendimento



Não quero possibilidades infundadas de ter você na noite

Nem braços frios que,

falsamente, 

busquem acalentar meu corpo em gestos turvos.

 
Não busco a sombra, a escuridão ou o talvez

Nem meias-verdades que teimam em ser absolutas

Porque, de certo,

conheço o seu mistério...

Vislumbro o ser que insiste em percorrer você.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O diálogo do "se"...



 
Se eu ainda penso em você?

Sim. Demais... demais... demais... Até mais do que deveria!


Se te amo tanto quanto afirmei esse tempo todo?

Por favor, não tenha dúvidas! Apenas precisei curar minha alma do vício e, aos poucos, estou entendendo meu papel nessa história toda!


Se fomos feitos um para o outro?

Você sabe que não. Que esse relacionamento, além de improvável, é impossível demais para ser verdade. E você precisa compreender isso, do mesmo modo que eu me obriguei a entender!


Se continuarei te dando carinho?

Claro! Você merece afeto em abundância e me faz bem te ver feliz... Além do mais, qualquer resposta sua já abre um sorriso imenso dentro de mim!


Se aprendi algo com você?

Muita coisa. Aliás, eu nem conseguiria descrever aqui quantos ensinamentos você me trouxe. Mas agora preciso aprimorar ainda mais esse nível de aprendizado. Sei que você confia em mim e também espera por isso. Vou conseguir!


Se sinto falta do seu abraço que nunca tive?

Nossa... e quanto! Porém, hoje minha alma fala baixinho e não se atormenta mais pela distância. Ela sabe que tudo virá no momento certo. E, quando vier, será amistoso, gentil e suave!


Se foi culpa sua?

Não. Nem minha. Tivemos responsabilidade, o que é bem diferente. Mas, aos poucos, vamos aparando as arestas e transformando tudo em leveza! Juntos, certamente chegaremos lá – ainda que cada um esteja no seu canto.


Se eu vou ficar bem?

Também me pergunto isso, sempre. E, a cada amanhecer, repito: “Hoje eu só quero que o dia termine bem...” Tem dado certo, pois você permanece em meu coração, mesmo sem estar fisicamente comigo!

Se existe amor além da vida?

Acredito que sim. Porque, em meio a altos e baixos, achados e perdidos...  

... encontrei você!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Borboleta-atriz...


Foi ontem...
Mas, em meu coração, 
as lembranças ainda acalentam 
os sonhos de hoje...

Assumi que você partiu...
E não te pedi para voltar atrás!

Sinal de solidarismo? 
Talvez apenas necessidade de alívio...

Afinal de contas, você nem sabe
que tudo isso acontece dentro de mim!

Para que haveria de saber?
Só se fosse para me incentivar
a voar 
sem medo...

E isso você já tenta fazer...
(In)conscientemente,
todos os dias!

Mas confesso que não tenho
muito jeito para essas coisas
de dizer adeus...

E, sempre que decido abrir
as asas para sair
de perto de você...

Tudo o que consigo é pousar
novamente em seus braços...

Leve... Apaixonada... Borboleta-atriz!

domingo, 5 de junho de 2011

Liberta...



Na manhã seguinte, recolhi cada pedacinho de mim jogado pelo chão.
O banho – demorado – não apagou as marcas da noite mal dormida.
O vestido – leve – desceu sobre meu corpo, ajustando-se às curvas e contrastando com a minha alma, que amanheceu pesada e sombria.
A maquiagem – cuidadosa – não disfarçou as olheiras nem os olhos inchados e vermelhos.
A mente – confusa – pensou ter ouvido o telefone tocar, como acontecia todos os dias, nessa hora da manhã.
Que ilusão: não havia nenhuma chamada!
O desejo – traiçoeiro – me fez pensar em teclar seu número.
“Só mais uma vez... Só para ouvir o som da voz mais um pouquinho”, algo sussurrava dentro de mim.
Em vez disso, abri a porta e deixei o calor do sol me inundar.
Sentindo o frescor da brisa que bagunçava meus cabelos, saí de casa – resoluta – e fui viver o primeiro dia do resto da minha vida sem você.