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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um motivo maior para se viver


A lua estava linda...

Meu coração decidiu, por um momento, não chorar... Apenas deixar o tempo tomar conta das emoções e seguir em frente, como se deve!

Recuei diante da impulsividade...

Não precisa ser para hoje. Nada é tão definitivo assim!

Até porque, em minha humilde opinião, acredito que certas urgências causam uma espécie de agressão à alma.

Não há por quê correr...

Se acaso amanhã eu sentir vontade de um beijo, não deixarei de enternecer os lábios, nem me fecharei em um casulo aguardando acolhimento.

Quero apenas apreciar essa lua que me chama para a noite!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

SONETO




Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,

Pois todo o meu cantar a um só se alia,

E de uma só maneira eu o proclamo.

É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência; 

Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.

'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;

Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Versos Íntimos

Por Sil Villas-Boas 

Tatue
Minha pele na tua.
Pinte
Tua nuance vermelha
Em meu corpo.
Sussurre devagar
Essa lascividade de tua língua
Em fogo.


Verseje em mim
A paixão que te consome
Que nos consome inteiros
Neste jogo íntimo.
Os versos íntimos que poetizamos
Nos enlevam e nos levam pro alto
Somos mãos, pernas, 
dorsos e seios em desejo.


Somos o suar, 
o sorver, 
o suspirar.
Somos nossa bendita
e inifinita sede 
saciada.
Vem e nos vence, 
o cansaço
E traz o encontro 
do teu olhar no meu.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para refletir, sem trocadilhos:




Retrato


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?
 
Cecília Meireles

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre o que me interfere...

 
Tenho em mim uma esperança calada...

Versos vazios, ainda não concluídos... Talvez para sempre inertes...

Essa falsa esperança me faz, por vezes, acreditar em um futuro próximo, mesmo que quando eu olhe para ele, já me pareça presente...

Possuo palavras que já não me bastam, pois a procura ultrapassa o desejo de espera pelo que não virá...

Tenho também sonhos reciclados dentro do peito... 

Aquilo que durante a noite vislumbro como real e, no dia seguinte, invento formas de transformar em existência...

Brinco de prometer a mim mesma aquilo que jamais irei cumprir, apenas para aliviar a mente...

É nesse instante que o pulsar se torna mais imponente que a razão... 

Mas, em meio a tudo isso, observo na alma uma estranha força a me guiar... Não sei para onde, quando ou por quê...

Só sei que sigo...

E canto...

E vou!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Minha procura, teu encontro...


 Onde me busco, te encontro
E, assim, sou guiada por ti sem direção...

Mas o que seria de nossa procura se fosse perfeita?
Teria ela o mesmo gozo e tal intenso calafrio?

Pergunto-me se são corretos os caminhos que cruzo
Contudo, já me tornei cética a respeito das certezas da vida!

Meu único eco é o amor que cala a tua voz...
Amor sereno, docemente fiel a nossas traições...

Talvez, precisasse de provas concretas de que estás aqui
Ainda que tu sempre, sempre estejas!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

As sem razões do Amor

Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sobre bruxas sobre vassouras


♫Ô, bruxinha bonitinha da vassoura de capim...!♫
 
     Que bruxas voam montadas em vassouras de palha há muito tempo se sabe. O que muita gente não sabe é a origem dessa lenda. Como por trás de toda lenda existe sempre um cunho de verdade, com as bruxas, e logo com elas, não poderia ser diferente.

     Ocorre que em seus rituais ocultos nas florestas, na baixa Idade Média, as bruxas além de invocar seres malévolos como Incubus e Sucubus (falaremos destes oportunamente), trocar receitas de poções mágicas, executar rituais sagrados, cantar e dançar, também realizavam experiências mais, digamos assim, sensoriais. Para tais encontros elas costumavam levar, entre outros apetrechos, suas vassouras. Além de servir para limpar a clareira para os encontros as vassouras eram também usadas nas suas cirandas, como que para exorcizar a subserviência feminina, tão bem representada por tal objeto.

     Mas afinal de contas, pergunta-me você, como que as bruxas voavam nessas vassouras? Bom, as bruxas eram mesmo expertas no preparo de substâncias as mais diversas. Sendo que a matéria-prima estava bem ali ao alcance, na floresta. Ocorre que em seus rituais as feiticeiras esfregavam nos cabos de suas vassouras unguëntos feitos com ervas, como a belladonna, e cogumelos, de propriedades alucinógenas. Ao montarem as vassouras e executarem seu bailado o preparado entrava em contato com a vagina, região bastante irrigada sanguineamente e altamente enervada, fazendo com que os príncipios ativos alucinógenos agissem rapidamente, proporcionando a deliciosa sensação de voar...

     Por aí também se deduz que essas reuniões eram um festival de sibilas peladas. Sem falar que a calcinha só foi inventada muito tempo depois!

Para saber mais: Malleus Maleficarum


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu aprendi


Eu aprendi que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha.
Eu aprendi... que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
Eu aprendi... que só se deve dar conselhos em duas ocasiões: quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte...
Eu aprendi... que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto.
Eu aprendi... que dinheiro não compra classe.
Eu aprendi... que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular.
Eu aprendi... que debaixo da casca grossa existe uma pessoa que deseja ser apreciado e amado, e não sabe se manifestar.
Eu aprendi... que se Deus não fez tudo num dia só, o que me faz pensar que eu posso.
Eu aprendi... que ninguém é perfeito até que você se apaixone por uma pessoa.
Eu aprendi... que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu.
Eu aprendi... que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência.

(William Shakespeare)

*23 de abril de 1564
+23 de abril de 1616

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coisas que aprendi sobre o ser humano...


- Somos imprevisíveis.

- Queremos mais do que podemos ter.

- Não nos bastamos sozinhos.

- Sentimos saudade que dói.

- Nossos maiores desejos se resumem a pequenas coisas.

- Um sorriso nos traz mais felicidade do que qualquer jóia valiosa.

- Na maior parte das vezes, o impossível é o que mais nos atrai.

- Nossa força interior é maior do que imaginamos.

- Somos fiéis, até que se prove o contrário.

- Sonhos e pesadelos dependem apenas de que lado da cama você está.

- Sabemos de todas essas verdades mas, por vezes, achamos interessante escondê-las em uma gaveta qualquer...

E você, o que aprendeu sobre o ser humano?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A falta que você me faz...



Peço licença para dedicar este post à querida amiga Helinha, que está ausente da internet e tem nos provocado imensa saudade!


"E aqui dentro de mim você demora... Já tornou-se parte mesmo do meu ser!"

A sua falta dentro de mim já é tamanha
Que não cabe em letras, canções ou poemas...
É pura, doce e tão intensa
Para amansá-la, bastaria um abraço, apenas!

Mas, também, de nada adianta
Abraçar-me e, em seguida, ir embora...
Quando você tarda a voltar
Meu coração se cansa e o peito chora!

Por favor, envie-me um sinal
Uma carta, um sorriso, uma flor...
Não me deixe aqui, sem rumo
Lembre-se do quão grande é meu amor!


Depois disso, acho que é hora de voltar, né Helinha?

Te esperamos ansiosamente, todos os dias!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

As mulheres e as maçãs


Por Machado de Assis

As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos. Mulheres são como maçãs em árvores.   As melhores estão no topo... 
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se 
machucar.  Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de conseguir.  Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados... Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar,  aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.

Em minha modesta opinião, nunca li um texto tão atual. O Machado de Assis é que sabia das coisas.